quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Planeta Júpiter



Planeta Júpiter

Eu estava ouvindo o programa Alegria de Viver com André Luiz Ruiz e Solange Godoy na Radio Boa Nova e como sempre os programas e os comunicadores dessa rádio são excelentes, nos trazem muita informação e consolação. O tema de hoje foi sobre uma comunicação espiritual à Allan Kardec publicada na revista espírita em agosto de 1858.

O espírito comunicante trazia informações sobre o planeta Júpiter onde ele estava encarnado, porém já havia habitado a Terra em encarnações anteriores, uma delas como o ceramista francês Bernard Palissy do século XVI, e posteriormente como uma mulher que viveu por 30 anos com muitas dificuldades porém com grande resignação e tolerância o que ajudou em sua elevação espiritual alcançando o mérido de reencarnar em Júpiter.

Como ainda não tive a oportunidade de obter as revistas, procurei na internet e encontrei o texto e a imagem da casa de
Mozart conhecido músico que habitou a Terra no século XVIII mas que por sua evolução também está encarnado no planeta Júpiter.


Casa de Mozart em Júpiter


Uma residência em Júpiter de acordo com Victorien Sardou


(1) Victorien Sardou, médium psicógrafo que trabalhou com Allan Kardec: embora não soubesse desenho, foi o instrumento para os esplêndidos quadros de cenas de outros planetas. Foi membro da Academia Francesa e um dos mais fecundos comediógrafos franceses. (N. do T.)

Extraído da Revista Espírita, Abril de 1858
Por Allan Kardec


NOTA: Por evocações anteriores sabíamos que Bernard Palissy, o célebre oleiro do século XVI, habita Júpiter. As respostas que se seguem confirmam em todos os pontos quanto nos foi dito sobre esse planeta, em várias ocasiões, por outros Espíritos e através de diferentes médiuns. Pensamos que serão lidas com interesse, como complemento do quadro que traçamos em nosso último número. A identidade que apresentam com as descrições anteriores é um fato notável que vale pelo menos como uma presunção de exatidão.


Descrição de Júpiter


1. Onde te encontraste ao deixar a Terra?
R: Ainda me demorei nela.

2. Em que condições estavas aqui?
R: Sob o aspecto de uma mulher amorosa e dedicada. Era uma simples missão.

3. Essa missão durou muito?
R: Trinta anos.

4. Lembras-te do nome dessa mulher?
R: Era obscuro.

5. Agrada-te a estima em que são tidas as tuas obras? Isto te compensa os sofrimentos que suportaste?
R: Que me importam as obras materiais de minhas mãos? O que me importa é o sofrimento que me elevou.

6. Com que fim traçaste, pela mão do Sr. Victorien Sardou (1) os admiráveis desenhos que nos deste sobre o planeta Júpiter, onde habitas?
R: Com o fim de vos inspirar o desejo de vos tornardes melhores.

7. Desde que vens com freqüência a esta Terra que habitaste várias vezes, deves conhecer bastante o seu estado físico e moral para estabelecer uma comparação entre ela e Júpiter. Pediríamos que nos elucidasses sobre diversos pontos.
R: Ao vosso globo venho apenas como Espírito; o Espírito não tem mais sensações materiais.

Estado Físico do globo

8. Pode-se comparar a temperatura de Júpiter a de uma de nossas latitudes?
R: Não. Ela é suave e temperada; é sempre igual, enquanto a vossa varia. Lembrai-vos dos Campos Elíseos, cuja descrição já vos fizeram.

9. O quadro que os antigos nos deram dos Campos Elíseos seria resultado do conhecimento intuitivo que eles tinham de um mundo superior, tal como Júpiter, por exemplo?
R: Do conhecimento positivo. A evocação permanecia nas mãos dos sacerdotes.

10. A temperatura, como aqui, varia conforme a latitude?
R: Não.

11. Segundo os nossos cálculos, o Sol deve aparecer aos habitantes de Júpiter num ângulo muito pequeno e, conseqüentemente, dar muito pouca luz. Podes dizer-nos se a intensidade da luz é ali igual à da Terra ou se é menos forte?
R: Júpiter é cercado de uma espécie de luz espiritual, em relação com a essência de seus habitantes. A luz grosseira de vosso Sol não foi feita para eles.

12. Há uma atmosfera?
R: Sim.

13. A atmosfera de Júpiter é formada dos mesmos elementos que a atmosfera terrestre?
R: Não: os homens não são os mesmos; suas necessidades mudaram.

14. Lá existem água e mares?
R: Sim.

15. A água é formada dos mesmos elementos que a nossa?
R: Mais etérea.

16. Há vulcões?
R: Não. Nosso globo não é atormentado como o vosso: lá a Natureza não teve suas grandes crises. É a morada dos bem-aventurados. Nele, a matéria quase não existe.

17. As plantas têm analogia com as nossas?
R: Sim; mas são mais belas.

Estado físico dos habitantes

18. A conformação do corpo dos seus habitantes tem relação com a nossa?
R: Sim: ela é a mesma.

19. Podes dar-nos uma idéia de sua estatura, comparada com a dos habitantes da Terra?
R: Grandes e bem proporcionados. Maiores que os vossos maiores homens. O corpo do homem é como a impressão de seu espírito: belo, onde ele é bom. O invólucro é digno dele: não é mais uma prisão.

20. Lá os corpos são opacos, diáfanos ou translúcidos?
R: Há uns e outros. Uns têm tal propriedade; outros têm outra, conforme o seu destino.

21. Compreendemos isto em relação aos corpos inertes. Mas nossa pergunta refere-se aos corpos humanos.
R: O corpo envolve o Espírito sem o ocultar, como um tênue véu lançado sobre uma estátua. Nos mundos inferiores o envoltório grosseiro oculta o Espírito aos seus semelhantes. Mas os bons nada mais têm para se ocultarem: podem ler reciprocamente em seus corações. Que aconteceria se assim fosse aqui?

22. Lá existe diferença de sexo?
R: Sim: há por toda parte onde existe a matéria; é uma lei da matéria.

23. Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal como aqui?
R: Puramente vegetal. O homem é o protetor dos animais.

24. Disseram-nos que parte de sua alimentação é extraída do meio ambiente, cujas emanações eles aspiram. É verdade?
R: Sim.

25. Comparada com a nossa, a duração da vida é mais longa ou mais curta?
R: Mais longa.

26. Qual é a duração média da vida?
R: Como medir o tempo?

27. Não podes tomar um dos nossos séculos como termo de comparação?
R: Creio que mais ou menos cinco séculos.

28. O desenvolvimento da infância é proporcionalmente mais rápido que o nosso?
R: O homem conserva sua superioridade: a infância não comprime a inteligência nem a velhice a extingue.

29. Os homens são sujeitos a doenças?
R: Não estão sujeitos aos vossos males.

30. A vida está dividida entre o sono e a vigília?
R: Entre a ação e o repouso.

31. Poderias dar-nos uma idéia das várias ocupações dos homens?
R: Teria que falar muito. As suas principais ocupações são o encorajamento dos Espíritos que habitam os mundos inferiores, a fim de que perseverem no bom caminho. Não havendo entre eles infortúnios a serem aliviados, vão procurá-los onde esses existem: são os bons Espíritos que vos amparam e vos atraem para o bom caminho.

32. Lá são cultivadas algumas artes?
R: Lá elas são inúteis. As vossas artes são brinquedos que distraem as vossas dores.

33. A densidade especifica do corpo humano permite ao homem transportar-se de um a outro ponto, sem ficar, como aqui, preso ao solo?
R: Sim.

34. Existem lá o tédio e o desgosto da vida?
R: Não: o desgosto da vida origina-se no desprezo de si mesmo.

35. Sendo os corpos dos habitantes de Júpiter menos densos que os nossos, são formados de matéria compacta e condensada ou vaporosa?
R: Compacta para nós; mas não o seria para vós: ela é menos condensada.

36. O corpo, considerado como feito de matéria, é impenetrável?
R: Sim.

37. Os habitantes têm, como nós, uma linguagem articulada?
R: Não; há entre eles a comunicação pelo pensamento.

38. A segunda vista é, como nos informaram, uma faculdade normal e permanece entre vós?
R: Sim. O Espírito não conhece entraves: nada lhe é oculto.

39. Se nada é oculto ao Espírito, conhece ele o futuro? Referimo-nos aos Espíritos encarnados em Júpiter.
R: O conhecimento do futuro depende do grau de perfeição do Espírito: isto tem menos inconvenientes para nós do que para vós; é-nos mesmo necessário, até certo ponto, para a realização das missões de que nos incumbem. Mas dizer que conheçamos o futuro sem restrições seria nivelar-nos a Deus.

40. Podereis revelar-nos tudo quanto sabeis sobre o futuro?
R: Não. Esperai até que tenhais merecido sabê-lo.

41. Comunicai-vos mais facilmente que nós com os outros Espíritos?
R: Sim; sempre. Não existe mais a matéria entre eles e nós.

42. A morte inspira o mesmo horror e pavor que entre nós?
R: Porque seria ela apavorante? Entre nós já não existe o mal. Só o mau se apavora ante o seu último instante: teme o seu juiz.

43. Em que se transformam os habitantes de Júpiter depois da morte?
R: Crescem sempre em perfeição, sem passar por mais provas.

44. Não haverá em Júpiter Espíritos que se submetam a provas a fim de cumprir uma missão?
R: Sim; mas não é uma prova: só o amor do bem os leva ao sofrimento.

45. Podem eles falhar em sua missão?
R: Não, porque são bons. Só existe fraqueza onde haja defeitos.

46. Poderias nomear alguns dos Espíritos habitantes de Júpiter que tivessem desempenhado uma grande missão na Terra?
R: São Luís.

47. Não poderias nomear outros?
R: Que vos importa? Há missões desconhecidas, cujo objetivo e a felicidade de um só. Por vezes são as maiores; e as mais dolorosas.

Dos animais

48. O corpo dos animais é mais material que o dos homens?
R: Sim. O homem é o rei, o deus planetário.

49. Há animais carnívoros?
R: Os animais não se estraçalham mutuamente. Vivem todos submetidos ao homem e se amam entre si.

50. Há porém animais que escapam à ação do homem, assim como os insetos, os peixes e os pássaros?
R: Não: todos lhe são úteis.

51. Disseram-nos que os animais são os operários e os capatazes que executam os trabalhos materiais, constroem as habitações, etc. É exato?
R: Sim. O homem não mais se rebaixa para servir ao semelhante.

52. Os animais servidores estão ligados a uma pessoa ou família, ou são tomados e trocados à vontade, como aqui?
R: Todos estão ligados a uma família particular. Vós mudais à procura do melhor.

53. Os animais servidores vivem em escravidão ou no estado de liberdade? São uma propriedade, ou podem, à vontade, mudar de patrão?
R: Estão no estado de submissão.

54. Os animais trabalhadores recebem alguma remuneração por seus trabalhos?
R: Não.

55. As faculdades dos animais são desenvolvidas por uma espécie de educação?
R: Eles as desenvolvem por si mesmos.

56. Têm os animais uma linguagem mais precisa e caracterizada que a dos animais terrenos?
R: Certamente.

Estado moral dos habitantes

57. As habitações de que nos deste uma mestra nos teus desenhos estão reunidas em cidades como aqui?
R: Sim. Aqueles que se amam se reúnem. Só as paixões estabelecem a solidão em torno do homem. Se o homem ainda mau procura o seu semelhante, que é para ele um instrumento de dor, por que o homem puro e virtuoso deveria fugir de seu irmão?

58. Os Espíritos são iguais ou de várias graduações?
R: De diversos graus, mas da mesma ordem.

59. Pedimos que te reportes especialmente à escala espírita que demos no segundo número da Revista e que nos digas a que ordem pertencem os Espíritos encarnados em Júpiter.
R: Todos bons, todos superiores. Por vezes o bem desce até o mal; entretanto, o mal jamais se mistura com o bem.

60. Os habitantes formam diferentes povos como aqui na Terra?
R: Sim: mas todos unidos entre si pelos laços do amor.

61. Sendo assim, as guerras são desconhecidas?
R: Pergunta inútil.

62. O homem poderia chegar, na Terra, a um tal grau de perfeição que a guerra fosse desnecessária?
R: Ele chegará a isto, sem a menor dúvida. A guerra desaparecerá com o egoísmo dos povos e à medida que melhor seja compreendida a fraternidade.

63. Os povos são governados por chefes?
R: Sim.

64. Em que consiste a autoridade dos chefes?
R: No seu grau superior de perfeição.

65. Em que consiste a superioridade e a inferioridade dos Espíritos em Júpiter, de vez que todos são bons?
R: Têm maior ou menor soma de conhecimentos e de experiência; depuram-se à medida que se esclarecem.

66. Como aqui na Terra, lá existem povos mais ou menos avançados que outros?
R: Não; mas entre os povos há diversos graus.

67. Se o povo mais adiantado da Terra fosse transportado para Júpiter, que posição ocuparia?
R: A que entre vós é ocupada pelos macacos.

68. Lá os povos se regem por leis?
R: Sim.

69. Há leis penais?
R: Não há mais crimes.

70. Quem faz as leis?
R: Deus as fez.

71. Há ricos e pobres? Por outras palavras: há homens que vivem na abundância e no supérfluo e outros a quem falta o necessário?
R: Não: todos são irmãos. Se um possuísse mais que o outro, com este repartiria; não seria feliz quando seu irmão fosse necessitado.

72. De acordo com isso as fortunas de todos seriam iguais?
R: Eu não disse que todos sejam igualmente ricos. Perguntaste se haveria gente com o supérfluo enquanto a outros faltasse o necessário.

73. As duas respostas se nos afiguram contraditórias. Pedimos que estabeleças a concordância.
R: A ninguém falta o necessário; ninguém tem o supérfluo. Por outras palavras, a fortuna de cada um está em relação com a sua condição. Estais satisfeitos?

74. Agora compreendemos. Mas te perguntamos, entretanto, se aquele que tem menos não é infeliz em relação àquele que tem mais?
R: Ele não pode sentir-se infeliz, desde que nem é invejoso nem ciumento. A inveja e o ciúme produzem mais infelizes que a miséria.

75. Em que consiste a riqueza em Júpiter?
R: Em que isto vos importa?

76. Há desigualdades sociais?
R: Sim.

77. Em que estas se fundam?
R: Nas leis da sociedade. Uns são mais adiantados que outros na perfeição. Os superiores têm sobre os outros uma espécie de autoridade, como um pai sobre os filhos.

78. As faculdades do homem são desenvolvidas pela educação?
R: Sim.

79. Pode o homem adquirir bastante perfeição na Terra para merecer passar imediatamente a Júpiter?
R: Sim. Mas na Terra é o homem submetido a imperfeições a fim de estar em relação com os seus semelhantes.

80. Quando um Espírito deixa a Terra e deve reencarnar-se em Júpiter, fica errante durante algum tempo, até encontrar o corpo a que se deve unir?
R: Fica errante durante algum tempo, até que se tenha livrado das imperfeições terrenas.

81. Há várias religiões?
R: Não. Todos professam o bem e todos adoram um só Deus.

82. Há templos e um culto?
R: Por templo há o coração do homem; por culto, o bem que ele faz.


♥♥

3 comentários:

ChicoPenteado disse...

Acho lastimável o fato das edições recentes não terem o encarte com a casa de Mozart em Jupiter de Sardou.Procuro tentar entender o porquê disso.

Talvez alguns editores achem que o desenho seja excentrico e uma visão ingenua da vida noutros mundos, ou talvez ache que os espiritas não se interessem por arte .....Seja como for, essa imagem faz parte da historia da arte bem como da historia do espiritismo,e deveria estar lá.

Seja como for, estou disposto á pagar bem pelo encarte, se alguém o tiver.Obrigado.

Rafael Giuliani disse...

Júpiter é um planeta gasoso... fala sério...

Allan Lapaz disse...

Legal esse tema abordado, está de Parabéns! ^^

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